Dívidas Ocultas: Moçambique gasta milhões “em vão” no processo de Londres, dizem analistas

 



Analistas dizem que não faz sentido Moçambique continuar a gastar dinheiro com documentos para o processo judicial das dívidas ocultas na justiça britânica, que, à partida, se sabe que está perdido.



Esta semana, foi revelado, no Tribunal Comercial de Londres, que Moçambique gastou pelo menos, cerca de seis milhões de dólares na preparação de documentos do referido processo.

Para o analista Laurindos Macuácua, este é um esforço financeiro que Moçambique está a fazer, em vão, dada a natureza do próprio processo.

Macuácua diz ter dúvidas de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não tenha a consciência de que devia abandonar este caso.

"Penso que a PGR está a sofrer uma pressão política, e por causa disso, ela quer dar a indicação de que está a fazer alguma coisa; na minha opinião, nem sequer se devia dar seguimento a um processo desta natureza", realça Macuácua, igualmente escritor.

Choro grande

Por seu turno, o analista e jornalista Alexandre Chiúre, diz que a sociedade civil moçambicana sempre achou que "não valia a pena o Estado gastar tanto dinheiro com este processo, porque corre-se o risco de perder a causa, mas a PGR entende que é preciso continuar a defender aquilo que são os interesses da nação, porque o objectivo principal é conseguir não pagar a dívida contraída de forma ilegal".

"Se conseguirmos isso, vamos dizer que valeu a pena a insistência da PGR, mas se não conseguirmos, vai ser um choro muito grande, porque perdemos e vamos continuar a perder muito dinheiro com este processo", considera o analista.

A mesma opinião tem o jornalista Fernando Mbanze, para quem, se trata de um processo bastante difícil para o Estado moçambicano.

Mbanze refere que "este esforço pode não resultar naquilo que o próprio Estado pretende, porque neste processo está a lidar com um grupo muito forte e que conhece bem os contornos deste tipo de litígios internacionais; vai ser muito difícil enfrentar a Privinvest e os bancos VTB e Credit Suisse".

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