Analista considera grave a ameaça de corte num sector que depende de parceiros.
Os parceiros que apoiam a educação na província moçambicana de Sofala ameaçam deixar de financiar o sector, caso persista o cenário de obras paralisadas, disse o governador local, Lourenço Bulha.
Bulha reconheceu haver muitas obras paralisadas - salas de aulas e blocos administrativos –, cujos empreiteiros foram pagos.
“Temos obras paradas. Os parceiros não estão a financiar, porque as obras estão paradas e, por sinal, já foram pagos na totalidade, e só tem 10 por cento da execução da obra” disse Bulha.
Bulha, numa mensagem dedicada aos gestores do sector, sublinhou que “é preciso ter muita atenção (...) se não vamos perder os parceiros; como disse mandaram uma carta a dizer que irão cortar (o financiamento), caso não melhorássemos a nossa gestão na contratação de empreiteiros para construção escolar”.
Corrupção endémica
Bulha não mencionou os nomes dos parceiros em causa.
Entretanto, o académico Samuel Simango observa que a suspensão do financiamento seria fatal para o sector de educação, que ainda depende muito do apoio internacional para a expansão dos serviços básicos.
“Uma possível suspensão da contribuição dos parceiros bilaterais ou multilaterais na construção de salas de aulas vai ser muito dramática para as crianças, principalmente nas zonas rurais”, onde milhares continuam a estudar ao relento, disse Simango.
Simango, que entende que a corrupção no sector da educação é endémica, defende que o Estado precisa de fiscalizar melhor a execução de obras financiadas por parceiros internacionais.
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