Falta de ética leva advogados moçambicanos a práticas criminosas

 


Advogados moçambicanos dão mão à palmatória e reconhecem estar a enfrentar uma crise de ética e deontologia profissional entre a classe.

A situação faz com que alguns causídicos aliem-se em práticas criminosas, como o crime organizado ou corrupção.





O antigo Bastonário da Ordem dos Advogados, Gilberto Correia, diz que casos de desvios de conduta não são recentes, havendo apenas diferença nos níveis actualmente atingidos.

"Estamos num país mergulhado na falta de ética e integridade. Agora estamos todos assustados, mas isto não começou agora. Fomos aceitando e achando isto normal, e agora as consequências são devastadoras" disse Correia, em Maputo.

De acordo com o antigo bastonário, a situação na classe reflecte o que se passa na sociedade no geral, onde há envolvimento de pessoas ligadas a todas as áreas, em práticas fora de ética, que incluem a corrupção.

Dando exemplo da classe de magistrados, Correia disse que o problema parece de difícil solução.

"Ainda que pagues a um magistrado 10 mil dólares, se ele decidir-se pela corrupção, pode ganhar 100 mil ou um milhão de dólares. Portanto, aqui estamos a falar de questões de valores, integridade e que a nossa sociedade perdeu referências" frisou.

O académico e filósofo moçambicano, Severino Ngoenha, considera urgente que a classe dos advogados, em particular, se purifique, porque é dela que se pode garantir as liberdades e integridade social.











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